quarta-feira, 31 de março de 2010
A Imprensa escrita na Rádio
A divulgação dos principais títulos da imprensa escrita é uma prática corrente e já antiga nas manhãs das principais rádios nacionais, regionais e locais. É um conteúdo informativo apetitoso e irrecusável.
A melhor Revista de Imprensa na Rádio portuguesa está na RDP
João Paulo Guerra nas manhãs da Antena1, por volta das 07:20 e 08:20. É feita em directo. O olhar clínico do jornalista João Paulo Guerra, veterano da comunicação social portuguesa. Homem com provas mais do que dada na Rádio e nos jornais ao longo de décadas.
De João Paulo Guerra recordo a série premiada de cinco reportagens «O Regresso das Caravelas» na TSF em Abril de 1993. «O Regresso das Caravelas» é um marco inesquecível na reportagem em Portugal. Em todos os meios, o melhor documento jornalístico sobre a temática da descolonização ultramarina. Vou mais longe: são, em minha opinião, a melhor série de reportagens alguma vez feitas na rádio portuguesa.
Sempre atento e com experiência vivida nos conturbados períodos da história recente de Portugal, nomeadamente o dia 25 de Abril de 1974, o P.R.E.C. e tudo o que se seguiu, foi aos microfones da TSF que João Paulo Guerra entrevistou Salgueiro Maia, naquela que seria a última entrevista ao capitão de Abril (“Já a morte anda por perto”, disse o jornalista nessa derradeira conversa gravada).
De João Paulo Guerra também é inesquecível a série de reportagens «Viagens com Livros», em 1995, série que foi editada em CD. O seu último trabalho de fundo na TSF e na Rádio, pelo menos até aos dias de hoje.
Depois de sair da TSF, João Paulo Guerra ainda foi editor da noite na efémera Central FM (Rui Morrison era o animador do painel), a tal rádio urbana de Lisboa que não devia ter começado como começou e, uma vez começada, nunca deveria ter fechado como fechou.
Anos passaram sem João Paulo Guerra na Rádio (esteve e está na imprensa escrita), até ao seu reencontro com os ares e ouvintes da rádio pública há poucos anos a esta parte.
A melhor Revista de Imprensa na Rádio portuguesa está na RDP, não só por João Paulo Guerra, mas também por Pedro Malaquias (outro jornalista ex-TSF) na Antena2, por volta das 07:30, 08:30 e 09:00. Um olhar diferente e diferenciado pelos jornais da manhã de cada dia, como já aqui foi referido em anterior texto (ver na «Rádio Crítica»: Pedro Malaquias 07.Abril.2008).
No ano passado João Paulo Guerra editou o livro «Diz Que é Uma Espécie de Democracia». Uma reunião de textos publicados no jornal Diário Económico (na crónica "Coluna Vertebral") entre 1999 e 2009, com prefácio de Baptista-Bastos. Dez anos de política portuguesa sob o olhar sempre crítico e lúcido de um homem do jornalismo, principalmente da Rádio.
quarta-feira, 24 de março de 2010
A Rádio em congresso internacional
Programa:
9h30: Sessão de Abertura
Anfiteatro Adriano Moreira (piso -1)
João Bilhim, Presidente do ISCSP
João Bettencourt da Câmara, Coordenador da licenciatura em Ciências da Comunicação e do Grupo de Pesquisa de Comunicação e Media (CAPP/ISCSP)
Paula Cordeiro, Coordenadora Científica do Congresso e da linha de pesquisa Radio Research, do Grupo de Pesquisa de Comunicação e Media (CAPP/ISCSP)
10h00: Conferência de Abertura
Anfiteatro Adriano Moreira (piso -1)
Apresentação e moderação - Paula Cordeiro, ISCSP
Guy Starkey,Head of Media and Cultural Studies, Faculty of Arts, Design and Media, University of Sunderland
José Alberto de Azeredo Lopes, Presidente da Entidade Reguladora da Comunicação
11h30 - 12h45: Debate #1
Anfiteatro Adriano Moreira (piso -1)
Blogues, podcasts e redes sociais: Ferramentas de marketing para a rádio?
Moderador: Eurico Nobre (OgilvyOne)
Nuno Gonçalves, Cidade FM
Jorge Alexandre Lopes, RTP
Stanislaw Jerdzejwski, CECS
11h30 - 12h45: Mesa Redonda #1
(PISO 0)
Redes e projectos sobre a rádio no contexto europeu
Moderador: Sónia Sebastião (ISCSP)
ECREA - Angeliki Gazi, Cyprus University of Technology
DRACE – Brian O'Neill, Dublin Institute of Technology
Radio Studies Network - Guy Starkey, University of Sunderland
14h30 – 15h45: Debate #2
Anfiteatro Adriano Moreira (piso -1)
A convergência multimédia como um desafio técnico e humano
Moderador: António Granado, (FCSH)
João Barreiros, Antena 1
Arsénio Reis, TSF
Pedro Leal, Rádio Renascença
Paulo Querido, Jornal Público
14h30 – 15h45: Mesa Redonda #3
(PISO 0)
Rádios de Cultura Livre: Independência e criatividade?
Moderador: Ricardo Reis (Rádio Zero)
João Bacalhau, Radia
Pedro Duarte, Rádio Universitária do Algarve
Pedro Esteves, Programa lado B / Irmandade do Éter
Elísio Oliveira, Entidade Reguladora da Comunicação
Brian O'Neill, Dublin Institute of Technology
José Manuel Ferrari Careto, Anacom
16h00 – 17h15: Debate #3
Anfiteatro Adriano Moreira (piso -1)
Música na rede: Tendências e estratégias
Moderador: Nuno Galopim, Dário de Notícias
Pedro Coquenão, Fazuma/Batida
Kalaf, Buraka Som Sistema (Via Skype)
Miguel Birra, Sony Music
Paul Bay, Citizensound
Sérgio Gonçalves, Central Musical
Rodrigo Albergaria, MTV
Jorge Vieira, Obercom
16h00 – 17h15: Mesa redonda #3
(PISO 0)
Livros sobre comunicação e media (como publicar: temas e estratégias)
Moderador: Raquel Ribeiro (ISCSP)
João Morales, Revista Meus Livros
Alexandra Martins, Causa das Regras
Pedro Berhan da Costa, Gabinete dos Meios de Comunicação Social
Nelson Ribeiro, Rádio Renascença
Rogério Santos, FCH (Universidade Católica Portuguesa)
Francisco Rui Cádima, FSCH (Universidade Nova de Lisboa)
17h15 – 17h45: Apresentação de livro
Anfiteatro Adriano Moreira (piso -1)
“A Rádio e as Indústrias Culturais” de Paula Cordeiro, por Francisco Rui Cádima (FCSH/UNL)
18h00 – 19h30: Conferência de encerramento
Anfiteatro Adriano Moreira (piso -1)
Internet: fronteiras diluídas entre rádio e a música
Moderador: João Paulo Meneses (TSF/ISLA)
António Mendes, RFM/IADE
Joaquim Paulo, MyWay - Guillermo Puig, Bloson (através de videoconferência)
Richard Berry, University of Sunderland
Nik Goodman, Radio Consultant
Paul Campbel, The Amazing Group
19h30: Conclusões e encerramento do congresso
Anfiteatro Adriano Moreira (piso -1)
Paula Cordeiro (ISCSP)
Congresso Internacional "Pós Rádio: R@dio como media social"
Inovar. Discutir. Promover. Como?
. Desenvolvimento de um novo conceito;
. Reunião através de plataformas online;
. Transmissão em directo (online);
. Actualizações permanentes nas redes sociais;
. Actas em formato e-book;
. Podcasts de todas as sessões.
http://www.radioemcongresso.com/
Entrevista a Paula Cordeiro (organizadora da iniciativa) na TVI-24:
sexta-feira, 19 de março de 2010
A Rádio na TV
Estreia amanhã na RTP-Memória o programa «No Ar, a História da Rádio em Portugal».
Apresentado por João Paulo Dinis, um nome reformado da Rádio. A reportagem estará a cargo de Anabela da Mata. Nos 75 anos de emissões da Rádio em Portugal, a série de programas vai ultrapassar as quarenta edições e o primeiro convidado é Artur Agostinho. Haverá ainda alusões ao programa «Oceano Pacífico» de João Chaves [RFM]; conversa com Ana Galvão [Antena3] e homenagem à antiga locutora Maria Leonor [Emissora Nacional].
Apresentado por João Paulo Dinis, um nome reformado da Rádio. A reportagem estará a cargo de Anabela da Mata. Nos 75 anos de emissões da Rádio em Portugal, a série de programas vai ultrapassar as quarenta edições e o primeiro convidado é Artur Agostinho. Haverá ainda alusões ao programa «Oceano Pacífico» de João Chaves [RFM]; conversa com Ana Galvão [Antena3] e homenagem à antiga locutora Maria Leonor [Emissora Nacional].
Eis o genérico do programa:
No Ar, a História da Rádio em Portugal
RTP – Memória, Sábado 18:00
RTP – Memória, Sábado 18:00
quarta-feira, 17 de março de 2010
O que diria Kubrick?
A série de programas/podcasts «O Cubo», da autoria de Nídio Amado atingiu a centena de emissão/edições. Nesta emissão especial, o autor Nídio Amado recorre-se uma vez mais – e especialmente – de sons iconográficos da obra-magna de Stanley Kubrick: o filme «2001 A Space Odyssey». Toda a série de programas tem forte inspiração na película de Kubrick e na literatura de Arthur C. Clark que lhe deu origem.
Ao fim de uma centena de emissões, «O Cubo» continua a ser uma experiência de profunda fruição dos sons e dos espaços sem fronteiras. As faces do Cubo são infinitas.
Monolito
E o que diria Kubrick? Absolutamente nada! Olharia para o céu, vislumbraria o alinhamento da matéria e sorriria em claro sinal de aprovação.
Consultar o alinhamento aqui
http://ocubo.blogspot.com/
O Cubo vive no éter da RUM, nas madrugadas de domingo para segunda, às 0horas em 97.5fm. Este será o porto de abrigo do programa na vertigem da rede.
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O Cubo no last.fm
O Cubo no myspace.com
O Cubo no Twitter
Mais sobre Nídio Amado na «Rádio Crítica»:
Cubo Mágico (17 de Março de 2008)
Quando o principio beija o fim (18 de Dezembro de 2006)
[percepções] (18 de Dezembro de 2006)
Entrevista a Nídio Amado (07 de Março de 2006)
segunda-feira, 15 de março de 2010
António Sala retirou-se da Rádio. Uma carreira de décadas com um ponto final há poucas semanas. António Sala esteve sempre nos antípodas dos meus gostos e preferências enquanto consumidor e ouvinte de Rádio em larga escala, mas deve-se reconhecer o valor a quem o tem, mesmo que não se aprecie a performance. O estilo popular que cultivou na Rádio Renascença, especialmente através do programa «Despertar» (com Olga Cardoso) representava o contrário do que sempre procurei na Rádio. Das vezes que ouvi, na década de 80, nunca gostei. Nos seus últimos trabalhos na Rádio, ouvi já este neste ano uma entrevista (não lhe chamaria entrevista, mas enfim…) ao escritor António Lobo Antunes e fiquei aterrado pela forma como António Sala conseguiu “assassinar” um interessantíssimo discurso que o convidado estava a ter, para introduzir – do nada! – uma canção na voz de Frank Sinatra. Não está em causa a qualidade da canção, mas sim a maneira como foi imposta e como esse acto destruiu irremediavelmente um momento que estava a ser excelente por parte do autor do livro «Os Cus de Judas».
Apesar de tudo, é de louvar os mais de quarenta anos em que António Sala esteve na Rádio, quando há muito a poderia ter abandonado.
No passado dia 06, o jornal diário «i» entrevistou António Sala já após a sua retirada da Rádio e, entre outras coisas que disse, é impossível não concordar com Sala [excepto a parte “Está musicalmente muito boa”] quando afirma o seguinte:
No passado dia 06, o jornal diário «i» entrevistou António Sala já após a sua retirada da Rádio e, entre outras coisas que disse, é impossível não concordar com Sala [excepto a parte “Está musicalmente muito boa”] quando afirma o seguinte:
Que pensa da rádio de hoje?
Acho que está um bocado fria, está despida de emoções. Está musicalmente muito boa, mas hoje em dia as pessoas têm os mp3, não lhes falta nada... Acho que a rádio deve ser mais do que isso. Falta-lhe o lado afectivo, de entrevista de vida, o lado humano. A rádio só continua a ser diferente de um gira-discos porque, apesar de tudo, continua a ser muito útil na informação. Mas é só isso, já não surpreende. É previsível. Quer dizer... surpreendam-me, gaita!
por Diana Garrido, Publicado em 06 de Março de 2010
Ler entrevista completa no jornal «i» aqui
Ouvir entrevista/conversa de António Sala com António Lobo Antunes na Rádio Renascença aqui
domingo, 14 de março de 2010
A LUGAR COMUM tem a honra de apresentar:
Laetitia Sadier
19 de Março de 2010, 22:00
Oficina Municipal do Teatro – COIMBRA
A voz de Laetitia Sadier encontra-se intimamente ligada ao projecto Stereolab. Será um exercício difícil, senão impossível, o de imaginarmos o percurso do colectivo franco-britânico sem o registo vocal da sua principal letrista. Considerados por muitos como imprescindíveis, enquanto referência de enorme amplitude criativa nas últimas duas décadas, os Stereolab deixaram um extenso legado que se alonga desde as fronteiras da electrónica, do Jazz, da Bossa Nova e mesmo do indie rock, numa equação sempre difícil de se resolver. Após um longuíssimo percurso, do qual constam colaborações pontuais com nomes tão relevantes como os Blur ou os High Llamas, Laetitia Sadier chega a 2010 apostada em prosseguir uma carreira a solo, pontuada por concertos raros e intimistas, tendo até à data se apresentado ocasionalmente em palco na companhia de Bradford Cox, com o qual assinou a composição "Quick canal", uma das mais belas faixas de 2009.Em Março, a convite da Lugar Comum, Laetitia viajará até ao nosso país para nos apresentar algumas das suas composições; oportunidade única para escutar um nome maior.
Links:
Laetitia Sadier - MySpace
Indie songs don't lie - LastFM
Preços:
€ 8,00 (associados Lugar Comum)
€ 10,00 (normal)
€ 12,00 (dia do concerto)
Postos de venda:
FNAC - Coimbra (10:00 – 24:00)
Oficina Municipal do Teatro (10:00 – 12:30 / 14:30-19:00)
A Lugar Comum disponibiliza ainda o seu endereço de e-mail geral@lugarcomum.pt para todos aqueles que não se possam deslocar aos postos de venda indicados poderem adquirir a sua entrada. Deverá no e-mail enviado ser referida a intenção de aquisição dessas entradas, à qual daremos atempada resposta.
Dada a lotação limitada das salas em que decorrerá este concerto, aconselha-se a compra atempada de entradas.
LUGAR COMUM – Associação de Promoção e Divulgação Cultural
terça-feira, 9 de março de 2010
Johnny Alf
Morreu Johnny Alf (Alfredo José da Silva), no passado dia 4 de Março.
Alf foi um dos raros pré-pioneiros da Bossa Nova, o mais importante movimento artístico-musical em língua portuguesa do século XX.
“Eu e a Brisa” é o maior clássico de Johnny Alf, tema que conheceu imensas versões ao longo dos tempos. Aqui está o próprio autor o seu maior sucesso, numa actuação ao vivo.
Outro tema de grande sucesso na longa carreira do compositor, pianista e intérprete Johnny Alf é a canção “Rapaz de Bem”. São canções que nunca passam na Rádio. Nem quando é notícia.
Alf foi um dos raros pré-pioneiros da Bossa Nova, o mais importante movimento artístico-musical em língua portuguesa do século XX.
“Eu e a Brisa” é o maior clássico de Johnny Alf, tema que conheceu imensas versões ao longo dos tempos. Aqui está o próprio autor o seu maior sucesso, numa actuação ao vivo.
Outro tema de grande sucesso na longa carreira do compositor, pianista e intérprete Johnny Alf é a canção “Rapaz de Bem”. São canções que nunca passam na Rádio. Nem quando é notícia.
Actuação ao vivo no Rio de Janeiro em Junho de 2005:
Documentário na TV brasileira:
1ª parte
1ª parte
O que eles dizem (50)
Como seria o universo a alguns minutos da sua própria criação, antes que os sóis explodissem, as estrelas congelassem e os oceanos elegessem os seus leitos? Eis uma pergunta difícil de responder – não há muitas fontes confiáveis. Bem mais fácil é saber como era a Bossa Nova, digamos, a quinze minutos de ser criada. Estava sendo fermentada ao teclado de um piano no pequeno bar do Hotel Plaza, na avenida Princesa Isabel, no Rio de Janeiro, bem na fronteira entre o Leme e Copacabana. O ano era de 1954, entrando por 1955, e o jovem ao piano – Johnny Alf, 25 anos – representava aquilo que, no futuro, alguém chamaria de cult. Em meados dos anos 50, Johnny Alf já era cult para toda uma geração, e ninguém sabia. Nem ele.
Ruy Castro
Jornalista/Biógrafo/historiador brasileiro
In: «A Quinze Minutos da Bossa Nova»
Jornalista/Biógrafo/historiador brasileiro
In: «A Quinze Minutos da Bossa Nova»
A Bossa Nova na «Rádio Crítica»:
1958 – 2008: 50 Anos 50 Clássicos
1958 – 2008: 50 Anos 50 Clássicos
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O que eles dizem (49)
“Tudo o que é velho e bom é moderno!”
José Duarte
In: «A Menina Dança?»
RDP-Antena1 (07 de Fevereiro 2010)
In: «A Menina Dança?»
RDP-Antena1 (07 de Fevereiro 2010)
Uma frase lapidar de José Duarte, entre sambas tristes nas vozes de João Gilberto e Maria Rita: “O que já é passado e o que ainda não é futuro.”
segunda-feira, 8 de março de 2010
Rádio com Nostalgia / Março 2010 (II)
O tal blogue que dava um grande programa de Rádio soma e segue, bisando neste mês de Março. Um regresso à cidade mãe. Como diz o autor do blogue e mentor da iniciativa comemorativa na cidade do Porto:
Após passar por vários locais emblemáticos da cidade do Porto (ok, o Swing Club é que era MESMO emblemático...), a noite que celebra a década dourada da pop vê a sua vigésima edição acontecer no Triplex pela mão de tarzanboy e Pedro Mineiro. É já nesta sexta-feira, dia 12. Contamos com a vossa presença!
Triplex: Avenida da Boavista, 911, logo abaixo da Casa da Música, do lado esquerdo.
Outras noites
Está agora a fazer trinta anos que as noites londrinas estavam ao rubro. Viviam-se os primeiros tempos do movimento estético New Romantic, que para além da música, revolucionava as estéticas visuais, indumentárias e outras.
Os Visage de Steve Strange foram pioneiros do movimento e o tema “Fade to Grey” representa o paradigma vanguardista daqueles tempos. Estávamos em 1980.
Os Visage de Steve Strange foram pioneiros do movimento e o tema “Fade to Grey” representa o paradigma vanguardista daqueles tempos. Estávamos em 1980.
terça-feira, 2 de março de 2010
Rádio Crítica - 5 anos
Completam-se hoje cinco anos de «Rádio Crítica» na blogosfera. Anos de reflexão sobre o mundo da Rádio, derivações na indústria musical e incursões nas áreas de multimédia; recordações, perspectivas e expectativas.
Passados cinco anos, reitero os mesmos fundamentos publicados a partir do primeiro dia de vida, a esta mesma hora:
Passados cinco anos, reitero os mesmos fundamentos publicados a partir do primeiro dia de vida, a esta mesma hora:
Os propósitos deste blogue
Apenas um. Dar relevo ao que (ainda) vale realmente a pena não perder de ouvido no espectro radiofónico português. É o desejo de partilha do prazer absoluto de escutar rádio. Sempre através de uma perspectiva pessoal de um ouvinte que faz rádio, que é aquilo que sou. E, adaptando um pouco do magnífico texto de Sam Shepard que inaugurou este espaço, todos nós ansiamos por um posto mágico!
Apenas um. Dar relevo ao que (ainda) vale realmente a pena não perder de ouvido no espectro radiofónico português. É o desejo de partilha do prazer absoluto de escutar rádio. Sempre através de uma perspectiva pessoal de um ouvinte que faz rádio, que é aquilo que sou. E, adaptando um pouco do magnífico texto de Sam Shepard que inaugurou este espaço, todos nós ansiamos por um posto mágico!
Conheci um guitarrista que dizia «a minha amiga rádio». Sentia um parentesco menos com a música do que com a voz da rádio. A sua qualidade sintética. A sua voz única, distinta das vozes que a atravessam. A sua capacidade de transmitir a ilusão de gente a grande distância. Dormia com a rádio. Falava para a rádio. Discordava da rádio. Acreditava numa Terra Longínqua da Rádio. Como achava que nunca encontraria esta terra, reconciliou-se consigo mesmo limitando-se a ouvir rádio. Acreditava que tinha sido banido da Terra da Rádio e condenado a errar eternamente pelas ondas sonoras, ansiando por um posto mágico que o devolvesse à sua herança há muito perdida.
22/12/79 Homestead Valley, Ca.
Sam Shepard in «Crónicas Americanas»
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E é para continuar. Neste dia de aniversário, a «Rádio Crítica» passou também a poder encontrar-se na rede social Facebook
segunda-feira, 1 de março de 2010
Rádio com Nostalgia / Março 2010
Aí está a terceira festa do ano para nostálgicos das décadas de 70, 80 e 90.
Queridos Anos 80: o tal blogue que dava um grande programa de Rádio
Queridos Anos 80: o tal blogue que dava um grande programa de Rádio
Ver “anúncio oficial” completo aqui
Perto, mas fora da voragem New Romantic de 80 está – sempre esteve – a cantora Anna Domino. Anos 80 alternativos. Classe e distinção na obra desta cantora nascida em Tóquio e há muitos anos a residir nos Estados Unidos.
Anna Domino assinou alguns dos momentos mais deliciosos alternative pop da década de 80. Ouvi-a pela primeira vez na Rádio, através de uma canção encantatória chamada “Lake”. Era presença habitual em programas como «A Ilha dos Encantos» de Amílcar Fidélis, nos primeiros anos da então recém-formada RFM (reformulação em Janeiro de 1987 do anterior canal denominado Renascença FM); «Circuito Fechado» de José Mariño, «A Dois Passos do Paraíso» de Fernanda Oliveira Ribeiro e «Espelho d’Água» de Teresa Fernandes, os três últimos nos tempos iniciais do saudoso CMR-Correio da Manhã Rádio.
Um pouco mais tarde, na TSF, ouvi muitas vezes Anna Domino no tema “Paris”, onde rodou com justa e devida insistência, aquando a edição do álbum «Mysteries of America» em 1990. Mais tarde utilizei música de Anna Domino em emissões em directo na Rádio, até à chegada das playlists. Desde então nunca mais se ouviu Anna Domino nas rádios nacionais. Tal como imensos outros nomes interessantes, foi banida.
Hoje em dia a cantora de “Rythm” está completamente esquecida entre nós. Seja por desconhecimento, por ignorância (desconhecimento e ignorância não são a mesma coisa), ou por qualquer outra razão.
Nos anos 00 deste novo século, o nome de Anna Domino desapareceu por completo dos nossos éteres. E a vida real desta artista também não vai de feição. Artisticamente triste e amargurada pelos actuais ditames da indústria discográfica – que tão bem coloriu nos anos 80 – Anna Domino está sem editora. Destino fatal para quem não sabe e nem consegue ser igual aos outros que sulcam tabelas de vendas. Até já editou um disco [no colectivo Snakefarm] intitulado “Songs From My Funeral”. Apesar de tudo, não está inactiva.
Nos anos 00 deste novo século, o nome de Anna Domino desapareceu por completo dos nossos éteres. E a vida real desta artista também não vai de feição. Artisticamente triste e amargurada pelos actuais ditames da indústria discográfica – que tão bem coloriu nos anos 80 – Anna Domino está sem editora. Destino fatal para quem não sabe e nem consegue ser igual aos outros que sulcam tabelas de vendas. Até já editou um disco [no colectivo Snakefarm] intitulado “Songs From My Funeral”. Apesar de tudo, não está inactiva.